O perigo de fazer da tristeza a nossa identidade
- 16 de nov.
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O sofrimento faz parte da vida. Todos nós, em algum momento, enfrentamos perdas, frustrações e dores que marcam nossa história. Vivemos em um mundo imperfeito, e essas experiências são inevitáveis. O luto, especialmente, é uma das mais difíceis — ele abala nossas emoções, mexe com a fé e nos faz repensar quem somos quando alguém querido se vai.
Mas há um risco silencioso nesse processo: deixar que a dor se torne a base da nossa identidade. Quando isso acontece, passamos a nos ver não mais como filhos de Deus que sofrem, mas como pessoas definidas pela tristeza.

Quando a dor começa a definir nossa identidade
A perda muda nossa forma de nos enxergar. Alguém que perde um cônjuge deixa de ser “marido” ou “esposa” e passa a ser “viúvo” ou “viúva”. O mesmo acontece com quem perde pais ou filhos. Essas mudanças são naturais, mas o perigo está em permanecer preso a esse papel. Quando a tristeza se torna permanente, ela ocupa o lugar que pertence a Deus na construção da nossa identidade.
Em vez de nos reconhecermos como amados, sustentados e renovados por Cristo, nos enxergamos apenas como quem perdeu — e isso rouba nossa esperança.
Nossa história e a história de Deus
A Bíblia nos lembra que nossa identidade não está nas circunstâncias, mas em Cristo. A história de Deus é maior do que a nossa dor. Ainda que a perda mude o rumo da nossa caminhada, ela não muda quem Deus é — nem o propósito que ele tem para nós.
A fé nos dá a certeza de que este não é o capítulo final: “Deus enxugará dos olhos toda lágrima” (Apocalipse 21:4). Essa promessa nos protege de viver presos à tristeza e nos convida a olhar para frente, com esperança e propósito.
Como diz Paulo, “não nos entristecemos como os que não têm esperança” (1 Tessalonicenses 4:13).
Lembrar sem parar de viver
As pessoas que amamos deixam marcas em nós, e isso é bom. A lembrança deve gerar gratidão, não prisão. Honrar a memória de quem partiu é continuar vivendo de forma que reflita o amor e o cuidado de Deus.
A tristeza faz parte, mas não pode ser o centro. O cristão é chamado a viver entre a dor e a esperança — reconhecendo a perda, mas confiando na redenção.
O chamado à esperança
Deus não ignora nossa dor, mas também não quer que ela nos defina. Ele nos chama a viver como filhos, e não como vítimas da vida. A tristeza tem seu tempo, mas a esperança é eterna.
Somos mais do que o que perdemos. Somos amados, redimidos e sustentados por Cristo — e é nele que encontramos nossa verdadeira identidade.



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