Arbitragem no Brasil: por que precisamos de juízes que já jogaram futebol?
- 23 de set.
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Há pouco tempo, Tinga levantou um ponto que reacendeu uma discussão antiga no futebol brasileiro: a necessidade urgente de profissionalizar a arbitragem. A fala ganhou destaque quando ele relembrou os 20 anos do episódio conhecido como “Máfia do Apito”, mas trouxe a reflexão para o presente — e para o futuro do esporte.
O problema não é novo
Segundo Tinga, os erros de arbitragem não são de hoje. Até mesmo nos clássicos mais importantes, como o Grenal, ainda presenciamos falhas que influenciam diretamente o resultado da partida. Apesar dos avanços do futebol brasileiro em termos de gestão, estrutura e remuneração de jogadores e treinadores, a arbitragem segue com gargalos de formação, preparo e valorização.
A solução: árbitros que entendem do jogo
Um dos pontos defendidos por Tinga é simples, mas poderoso: os melhores árbitros que ele conheceu eram pessoas que já haviam jogado futebol — ainda que em nível amador, em peladas ou em competições menores.Essa vivência dentro de campo, mesmo que não profissional, dá ao árbitro a capacidade de interpretar lances com sensibilidade real:
Saber diferenciar um cotovelo de apoio de uma agressão.
Entender que um contato físico natural nem sempre é falta.
Reconhecer quando uma jogada é apenas do jogo, sem intenção de lesionar.
Em resumo: quem já viveu o futebol tem mais condições de julgar suas nuances.
Profissionalização e valorização da arbitragem
Outro ponto crucial é a valorização da carreira do árbitro. Tinga lembra que jogadores, técnicos e até dirigentes são bem remunerados pelo impacto que geram no futebol, mas o árbitro — responsável por decisões que mudam um jogo inteiro — ainda não recebe de forma compatível com sua responsabilidade.
Profissionalizar a função e oferecer remuneração justa é essencial para atrair talentos e reduzir erros.
Oportunidade social
Talvez o aspecto mais inspirador da fala de Tinga seja a dimensão social.Ele lembra que, de cada mil jovens que sonham em ser jogadores, apenas poucos chegam ao profissional. Os outros, mesmo com anos de experiência prática em escolinhas, campeonatos de várzea e categorias de base, muitas vezes ficam sem perspectivas. E se esses jovens pudessem migrar para a arbitragem? Com programas de formação da CBF e federações, ex-jogadores de base poderiam se tornar árbitros, assistentes ou até atuar no VAR. Isso geraria:
Emprego e dignidade para quem já vive o esporte.
Qualidade técnica nas decisões.
Conexão emocional entre árbitros e jogadores.
Um futuro possível
Profissionalizar a arbitragem com foco em quem já viveu o futebol não é apenas uma solução técnica, mas também uma estratégia de impacto social.Imagine quantos talentos hoje estão fora dos gramados e poderiam se tornar os grandes árbitros do futuro, apitando Libertadores, Copas do Mundo e os principais clássicos do Brasil.
No fim, a mensagem de Tinga é clara: não basta criticar os erros da arbitragem, é preciso pensar em soluções que unam profissionalismo e inclusão social. O futebol só tem a ganhar.



Levantou um ponto super importante para o futebol, essa reflexão foi boa para ser levantada.
Boa reflexão sobre o tema. E ótima sugestão para ex-atletas.